Não sei se vocês já repararam, mas quando se esterça um Mercedes-Benz (isso vale para quase toda a linha), as rodas deitam tanto que parece que há algo de errado com a suspensão. Na verdade, não há nada errado. Trata-se da geometria de suspensão adotada pela empresa. A Mercedes emprega suspensão dianteira de quatro braços. Nisso, não há nada de tão exclusivo assim, já que outros veículos caros (Audi, por exemplo), também utilizam o sistema. A diferença é que a Mercedes escolheu uma especificação que permite uma variação muito grande da cambagem em curvas. Assim, quando está esterçando, as rodas deitam tanto que se assemelham às inclinações verificadas em motocicletas. Como resultado prático, a aderência em curvas costuma ser maior, porque essa inclinação aumenta a área de contato dos pneus com o solo. Outra vantagem é que, após a curva, o volante tende a voltar ao centro mais rapidamente.
O senão, de acordo com o engenheiro mecânico Rubens Venosa, da oficina Motormax, é que há pouca gente com conhecimento suficiente para fazer um correto acerto de câmber e cáster de modelos da Mercedes. Isso porque, nesse caso, os quatro braços são reguláveis.
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